A crise que atingiu a economia brasileira em meados de 2014 deixou lições importantes para o setor moveleiro nacional. De acordo com dados do Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindimóveis), o Brasil ocupa, atualmente, a 12ª posição no ranking dos maiores produtores de móveis do mundo. Até 2013, antes da recessão, o País ocupava a 5ª colocação. Essa queda demonstra a necessidade de o mercado de se reinventar, otimizar sua produção, agregar valor aos produtos fabricados e, assim, retomar sua representatividade, conforme esclarece Claudio Perin, consultor do setor moveleiro.
“Tudo começa com a observação dos indicadores do negócio. A empresa precisa encontrar novas maneiras de se posicionar no mercado de forma a reverter o quadro detectado”, recomenda.
Para isso, buscar uma readequação do portfólio oferecido é fundamental – e isso pode ser feito de forma horizontal, diversificando o tipo de mobiliário trabalhado, e verticalmente, repensando valores. “Reinventar-se, portanto, significa encontrar um novo nicho de atuação que ofereça boas oportunidades”, pontua o consultor.
É preciso, então, distanciar-se da “lei do mínimo esforço” e aproximar-se dos desejos e das demandas dos clientes modernos. É necessário surpreender e ir além – nesse sentido, a busca por parcerias que possam agregar em termos de suporte técnico é muito importante para trazer a diferenciação necessária.
Inovação na indústria moveleira para agregar valor ao produto
O primeiro ponto trazido pelo valor agregado do produto é o financeiro. Em um primeiro momento, o ganho principal poderá ser o aumento do lucro da empresa, seja pela diferenciação dos produtos em si ou pela redução de custos que a inovação proporciona.
Nesse sentido, uma das tendências mais fortes é o uso de meios sustentáveis na produção de móveis, por atrelar a inovação aos valores dos consumidores. Isso abre uma gama de possibilidades maiores de atuação, visto que o cliente, hoje, valoriza empresas que inovam com sustentabilidade.
Mas para conquistar espaço nesse mercado, também é fundamental ter criatividade e levar em consideração aspectos relacionados à inovação do design do produto. Afinal, quando o pensar criativo é aplicado em processos estratégicos de materialização e viabilização, surge a inovação. Então, um design inovador de móveis pode permitir que a empresa tenha os produtos em destaque no mercado, gerando lucro mesmo em meio a uma crise.
Por isso, para buscar valor agregado do produto, a inovação é um ponto chave. “Marcenarias, por exemplo, que criaram modulados inteligentes, que se transformam em planejados na casa do cliente, levam vantagem em termos produtivos via aceleração do tempo de projeto e entrega. Por outro lado, perdem um pouco mais de material no momento da produção. A saída nesse caso foi bater a concorrência no prazo de entrega. Outras que oferecem acabamentos variáveis para o produto amplificaram o mix vertical”, exemplifica Claudio Perin.
Além disso, olhando para o mercado, é possível ver o acompanhamento de tendências, mediante análise do comportamento dos consumidores e a personalização dos móveis como alternativas para agregar valor.
Cabe ressaltar, ainda, que a indústria moveleira deve considerar a inovação em todos os departamentos e níveis da empresa. O valor agregado do produto deve ser construído por toda a organização. Ele vai desde a compra de um produto bom e barato até um atendimento de qualidade antes, durante e depois da venda do produto.
Quais meios sua empresa utiliza para agregar valor aos produtos em momentos de crise? Compartilhe sua experiência com a gente no campo de comentários abaixo e continue acompanhando o nosso canal de conteúdo.