Chamados de desleais a empresa e aos pares, de imediatistas e acusados de não saberem respeitar a hierarquia, os funcionários pertencentes à geração Y (nascidos de 1980 até meados da década de 1990) são alvo de discussão entre os gestores de corporações de todos os portes devido ao comportamento conflitante com os colaboradores mais velhos. Desafiador, esse é um problema, sim, mas que pode ser contornado com adequações no ambiente de trabalho.
O conflito dos mais novos se dá, principalmente, com o pessoal da geração X (nascido entre 1965 e 1978), e menos com os baby-boomers (de 1943 a 1964), basicamente pela incompreensão sobre as necessidades com relação ao ambiente de trabalho, às relações com as lideranças, à necessidade de feedback constante e suas perspectivas de carreira e à clareza nos resultados a serem alcançados.
Empresas e institutos de pesquisas internacionais, como Pew Research, Deloitte e IBM, motivados pelo próprio receio de perder talentos, pesquisaram a fundo e obtiveram dados claros sobre a geração Y. “A primeira grande constatação é que ela não é diferente dos membros das outras gerações quando eram jovens. Portanto, os comportamentos da Y são típicos de jovens de qualquer geração passada”, explica Elisabete Adami Pereira dos Santos, professora da PUC-SP voltada à área de gestão de pessoas.
Para minimizar conflitos e retirar o melhor de funcionários na faixa de 25 a 35 anos, a professora faz recomendações para o ambiente industrial.
1- Possuir lideranças inspiradoras, nas quais seus membros possam se espelhar e que essa liderança dê feedbacks constantes.
2- Ter clareza sobre suas possibilidades de crescimento, mesmo que sejam negativas, sem enganação.
3- Flexibilidade de horários e locais de trabalho na medida do possível.
4- Liberdade de expressão para apresentar ideias e propostas de inovação em produtos ou formas de se fazer o trabalho, e que sejam levadas em consideração.
5- Possibilidade de mudança para explorar outras áreas dentro da empresa e até internacionalmente.