Em busca do retorno imediato, a área de marketing das pequenas indústrias de móveis deixa passar um valioso ponto de contato com seus clientes: o branding. O termo, que até pode soar estranho para quem não está envolvido no dia a dia da comunicação, está relacionado à maneira como a marca é percebida pelo mercado e, se bem trabalhado, constrói e fixa o nome da fábrica por meio de um posicionamento que alia propósitos e personalidade. A tendência, com isso, é superar a dificuldade de fazer frente às grandes indústrias do setor.
Avançar nessa matéria exige estratégia e ação. No primeiro estágio é definida uma proposta de valor para a marca, tendo claro seus diferenciais, o que leva a muita reflexão. Questione qual é a principal associação que deseja ter e de que maneira quer ser percebido. Muitas respostas virão a partir disso, talvez a primeira seja a mais óbvia: associar a empresa com conceito de qualidade. Contudo, esse é um valor vazio e abstrato que precisa ser lapidado e traduzido em atributos como, por exemplo, tecnologia ou design.
Direcione esforços numa determinada área. “Quanto mais especialista, melhor. Essa é a oportunidade”, afirma o diretor de pós-graduação e extensão da ESPM-Sul e consultor de branding, Genaro Galli. Assim, busque ser referência em uma categoria de produtos ou especializado em tecnologia, serviço, design ou processo. “Por ser pequeno, explore nichos de mercado, porque essa especificidade não é interessante para a grande indústria”, completa.
Qualidade é um valor abstrato que precisa ser lapidado e traduzido em atributos
O segundo momento é o de arregaçar as mangas e colocar em prática o posicionamento definido anteriormente. Trabalhe pontos de contato que comuniquem e reforcem sua estratégia. Devido ao orçamento enxuto que indústrias de pequeno porte possam apresentar, a solução é apostar o reforço de marca em ambientes digitais como site, blog e mídias sociais. Em seguida, a ação pode partir para os canais de distribuição. “A posição adotada não deve ficar só na promessa, pois nessa fase de ação é que vai ser validado todo o discurso por meio do boca a boca com o público qualificado”, observa Galli ao sugerir uma parceria com especialistas do mercado para endossar a nova fase da marca.